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  • Foto do escritorKarina Hereda

Burnout Afetivo: entenda mais sobre o cansaço que afeta o nosso emocional


Segundo o Ministério da Saúde, a Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional, estresse, exaustão extrema e esgotamento provocados por condições de trabalho desgastantes. Mas agora com as condições que a pandemia impôs, a síndrome alcançou a área afetiva dos solteiros por terem relações afetivas não duradouras. Burnout significa queimar-se, exaurir, chegar à exaustão. A Síndrome de Burnout foi denominada pelo psicanalista alemão Freudenberger, na década de 70 no século XX, para designar os que sofrem de estresse ocupacional.


Você provavelmente já deve ter ouvido isso:


“Chega! Não vou mais ser trouxa! Cansei desses apps de relacionamento, NUNCA dão certo!”. Bem-vinda ao time do Burnout afetivo.

Por que mesmo você começou a usar os aplicativos de relacionamento? Não é incomum que as pessoas percam a motivação inicial - conhecer pessoas - e passem a reproduzir comportamentos do funcionamento automático: usar vários apps ao mesmo tempo, acumular curtidas e ao mesmo tempo perder o interesse de conversar. O sumiço dos outros contatos, também, passa a não se importado mais. Esse é o perigo de chegar nessa exaustão extrema, tudo começa a machucar muito e é motivo de tempestade em copo d’água.

Geralmente, os aplicativos utilizam técnicas de recompensas rápidas justamente para te prender na tela do celular e isso não seria diferente com os aplicativos de relacionamentos. Quando menos se espera, já estamos nos esforçando para acumular curtidas, a nos comparar com os demais e se preocupar com a sua própria imagem. Esquecemos do momentos de lazer e até mesmo as obrigações ficam de lado. As conversas ficam no superficial e os “joguinhos de interesse” atrasam o aprofundamento da relação. Sendo assim, fica mais fácil partir para outra pessoa quando há uma pequena divergência ou ausência com a pessoa com quem conversamos.

Culturalmente, existe um apelo enorme pela vida amorosa. E mesmo aqueles que se dizem “frios”, de maneira inconsciente sentem a pressão desse costume de viver um romance à dois. Mas existem outros fatores como: reforçar o ego, o gosto do novo (que geralmente dura alguns dias) ou outros problemas mais sérios que refletem nessa fuga de compromisso com alguém.


A parte que me falta


Vivemos na era da conexão digital acelerada, do acesso a informação. Tempos que se valorizam o excesso de trabalho e produtividade, e pra fechar com chave de ouro, nosso inconsciente coletivo está repleto de nossas tias cobrando um par romântico. A soma disso é uma batalha pelo par, pela a outra metade que está aí em algum lugar. Esse pensamento torto nos leva a crer que nossas vidas estão incompletas ou fora de lugar, por isso que coaches de relacionamento continuam ganhando rios de dinheiro vendendo suas fórmulas do amor. Estamos nos levando ao limite sem perceber e o perigo é que, quanto mais cansadas estamos, menores as chances de curtirmos os encontros ou tomarmos decisões sensatas.

A falta de respeito também reina nesses ambientes virtuais com mensagens desrespeitosas com grosserias. Por outro lado, vem as declarações de amor por parte de alguém que você acabou de conhecer, que daria inveja a qualquer roteirista de filme. Isso é sintoma desses amores líquidos, desses encontros e desencontros casuais, instantâneos e rápidos. As pessoas tendem a tratar com desrespeito com quem se fala, por estarem de trás da tela, longe do contato físico.


Como vim parar aqui?


As pesquisadoras Ligia Baruch de Figueiredo e Rosane Mantilla de Souza mapearam 3 estilos de uso dos apps por mulheres:

  • Estilo curioso: são pessoas mais fechadas e que se preservam mais. A abertura vai ocorrendo a medida que conhece o outro, mas tendem a sofrer mais com os sumiços repentinos e os nudes desrespeitodos fora do contexto.

  • Estilo recreativo: associado à leveza e diversão. Esse padrão é o mais culturalmente aceito para os homens, o que pode apresentar dilema de gêneros. Aqui o medo de perder algo é sobreposto pelo sempre há algo melhor.

  • Estilo racional: aqui a trajetória segue o tradicional objetivo de encontrar um par romântico e constituir uma família. Para essas pessoas o ghosting e a frustração de não engatar uma relação de compromisso podem provocar Burnout, intensificando a ideia de que tudo é difícil, desgastante e que a pessoa não é suficientemente boa para ninguém.

Mas afinal, o que fazer pra curar esse Burnout afetivo?


Vou dividir aqui com vocês uma receita de “soro caseiro do coração” com ingredientes simples e de fácil aplicação.


Descanse

Assim como voltamos renovados depois de um bom período de férias, assim como a criança chorona vira um anjo depois de uma noite de sono, a vida da paquere depois que a gente tira um momento de descanso. Seus crushes não vão sumir amanha e o bonde não passa assim de uma hora pra outra. Se bateu a descrença e a exaustão, descanse, relaxe. Redirecione todo essa vontade de amar para você, faça um banho quente de velas aromáticas, um chocolate quente com filminho, passe a tarde de pijama. Com o tempo, a disposição virá para você se jogar na pista.


E o bambu?

Não, não é a piada do Silvio Santos. Ensinamentos chineses nos diz que temos que ser bambu, que durante as fortes tempestades torrenciais eles se curvam e chegam a tocar o chão. Mas depois, com o passar da tormenta, se erguem belíssimos que são. Pois é, na prática da paquera temos que ser menos carvalho e mais bambu. Momentos vão nos derrubar e jogar para baixo, mas o tempo irá curar e iremos no reerguer belas que somos. Mas se sentir que precisa de ajuda, nada impede que você busque acompanhamento psicológico profissional, afinal, nunca é tarde para se conhecer melhor. Até a próxima!




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